O que a filosofia diz sobre CONHECIMENTO?
A palavra "conhecimento" é o substantivo do verbo "conhecer". Conhecer é o ato de entender, compreender e apreender algo por meio da experiência ou do raciocínio. O conhecimento é algo tão antigo quanto andar para frente e talvez seja a ciência mais antiga da história.
Segundo os dicionários, a palavra "conhecimento" significa “entendimento sobre algo; saber: conhecimento de leis. Ação de entender por meio da inteligência, da razão ou da experiência.” Sua origem vem do latim "cognoscere", que significa “ato de conhecer”.
Afinal, o que de fato é esse tal conhecimento? Conhecer é basicamente o ato de aprender e ser capaz de colocar em prática, ou seja, abstrair leis do entendimento. Realizar o ato de conhecer é uma característica básica do ser humano como espécie e é o que nos fez sobreviver todos esses milênios até agora. Já nascemos com esse dom! O conhecimento é algo exclusivo do ser humano, pois é uma ciência que exige raciocínio e lógica para estruturar mais do que apenas sobrevivência e conforto. Diferentemente dos animais, que possuem mecanismos mentais de aprendizado baseados em instintos e experiências práticas de repetição, eles não têm a capacidade de interagir com o Universo da mesma maneira que o ser humano faz, tornando o conhecimento a base das ciências da humanidade.
O conhecimento, como o vemos hoje, vem de uma série de acontecimentos históricos que se desenrolaram através da filosofia e da observação do Universo. Desde os primórdios da humanidade, quando já vivíamos em bandos buscando segurança (contra predadores), conforto (estocando alimentos e fixando territórios), alimentação (agricultura e pecuária), sociedade (estrutura civil), etc., nós treinávamos nossas mentes para a memória e o entendimento das coisas, a fim de obter conhecimento e, assim, transmitir entre gerações tudo o que foi experienciado. E até hoje é assim: quando você observa conscientemente a sua vida e o que você aprende com ela.
Hoje, o conhecimento é a base da nossa sociedade moderna. Usamos essa ciência o tempo inteiro, seja na vida pessoal, no trabalho ou mesmo na quarentena (risos). Tudo o que fazemos, todas as nossas decisões, são baseadas em conhecimento. E é algo que nunca para de crescer dentro de nós, possibilitando invenções, criações, desenvolvimento e, principalmente, evolução—tudo isso dentro do corpo e da mente de cada um.
Em outras palavras, conhecimento é domínio: seja de expressão artística, uma ciência ou um procedimento. Conhecimento é ação: relacionar-se com o mundo, com as coisas e com as pessoas. Conhecimento também é circunstância: eu conheço algo que não posso mais colocar em prática; no entanto, esse conhecimento ainda existe no plano mental. Conhecimento é filosofia: a capacidade que faz com que o pensamento consiga apreender um objeto através de meios cognitivos que se combinam (intuição, contemplação, analogia etc.).
Por que o conhecimento é uma ciência? Porque é algo que conseguimos colocar em prática e ensinar. Seja uma habilidade, uma aptidão, um hobby, algo intelectual… qualquer coisa! Por exemplo: uma pessoa que tem habilidades culinárias conhece a harmonização de sabores ou temperos e a combinação nutritiva dos alimentos, resultando em ótimos pratos saborosos. Quando essa mesma pessoa utiliza técnicas culinárias para amenizar os efeitos de um resfriado, por exemplo, ela está aplicando conhecimento à sua vida prática. É ciência pura dentro da mente de um ser comum.
Usamos nosso conhecimento de forma consciente para alguma necessidade. Assim foi e assim sempre será, pois essa é a nossa característica maior como humanos: conhecer as coisas, colocá-las em prática, adaptá-las às nossas necessidades e usufruir dos seus resultados.
Conhecimento Consciente:
A coisa começa a ficar um pouco mais complicada quando falamos de consciência (que será tema futuro aqui no blog). A consciência é a grande habilidade ̶ esquecida ̶ do ser humano em estar presente, corpo e mente, no seu presente (ba dum tzz). Isso não acontece com nossas agitadas vidas cotidianas, recheadas de cobranças, boletos, relacionamentos conflituosos com pessoas em geral, chefe no pé, compromissos, filhos, etc.
Absorver conhecimento só dá certo se você tiver consciência (basicamente, presença). Caso contrário, o conhecimento puro e, talvez, importante para o seu desenvolvimento passará diante dos seus olhos, e você nem perceberá, pois estará cego, focado na mente. Você repetirá padrões e terá a impressão de que está vivendo todo um problema novamente. Isso é a vida dizendo: "eu já te mostrei isso antes, mas você não percebeu porque estava deslumbrado com a sua mente!" A consciência alinhada ao seu conhecimento lhe permitirá tomar decisões mais assertivas no dia a dia. Ela lhe permitirá estar mais atento aos seus sentimentos, emoções e como controlá-los. Se não, a vida lhe trará uma enxurrada de lições, de padrões repetidos e de tudo mais que você precisa aprender para continuar sua jornada de crescimento espiritual.
Conhecimento como Ciência:
Desde que o conhecimento existe, o homem, na sua busca por entender os mecanismos por trás dessa ciência, desenvolveu formas de entender o mundo, das quais podemos dividir em quatro tipos diferentes:
a) Conhecimento do Senso Comum:
É o tipo de conhecimento mais antigo que se tem relato. É baseado nas vivências sociais, sabedoria popular e história cultural.
b) Conhecimento Teológico:
É o tipo de conhecimento religioso. Pode ser visto como a busca do ser humano em explicar a vida e o Universo através de práticas, rituais, dogmas ou crenças, mas também é a área da ciência que estuda a estrutura das sociedades religiosas, acontecimentos e elementos importantes e sua cultura.
c) Conhecimento Científico:
Esse tipo de conhecimento busca determinar formas válidas e corretas de questionamentos, observando fenômenos, identificando problemas, formulando hipóteses, testando para verificar as hipóteses formuladas, formulando deduções e concluindo positivamente ou negativamente. Essa é uma aplicação puríssima de conhecimento!
d) Conhecimento Filosófico:
A filosofia é uma forma de estabelecer normas para a obtenção de um tipo de conhecimento mais seguro, assim como a ciência, mas não podemos dizer que o conhecimento científico acontece da mesma forma que o conhecimento filosófico. A filosofia, nesse sentido, é a mãe de todas as ciências, pois foi a primeira a buscar uma maneira de conhecer as coisas com mais segurança. Complementar ao senso comum e à religião, é a melhor forma de compreender as leis universais e a vida.
A filosofia lida, desde seu surgimento, com a questão do conhecimento, visto que surge para apresentar uma nova forma de entender o mundo. Ao longo de sua história, os filósofos apresentaram diferentes teorias sobre o modo como o ser humano conhece e as formas de se conhecer. Há uma frase genial do filósofo Jorge Braga (Nova Acrópole Brasil) que combina muito bem com esse tema: “O homem não vive daquilo que come, vive daquilo que assimila.”
E assimilar nossa realidade é conhecer!
O conhecimento é o fortalecimento da nossa alma. A melhor herança que se pode deixar a alguém é o conhecimento. Que saibamos ser conscientes para experienciar o melhor dessa jornada que é a vida e tudo o que ela tem a nos ensinar.
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