O que a filosofia diz sobre RELIGIÃO?

Para a filosofia, religião é toda e qualquer expressão simbólica criada para atender à necessidade humana em percorrer seu caminho pela evolução e aproximação de Deus. Você pode ser filósofo e seguir uma religião. As pessoas criam oposições entre filosofia e religião que não existem. O que acontece é que um filósofo vai questionar os símbolos e quais as leis universais estão por trás da construção deles. A religião deve lhe mostrar símbolos que o aproximem da Unidade e deem uma realidade estruturante para sua vida. Se sua vida fica melhor com a prática daquele símbolo, então ele se aproxima da lei universal. Se sua vida desanda e desalinha, então aquele símbolo conflita com uma lei universal. Simples assim! É possível ver qualquer célula de Deus em qualquer símbolo de qualquer religião, desde que isso, em sua vida, o aproxime de um ideal humano melhor, que o deixe mais justo, bondoso, fraterno... Um exemplo disso é a deusa Atena, que representa a sabedoria. Toda a simbologia por trás da construção dela remete ao crescimento interno do ser e ao autoconhecimento. O uso de símbolos na religião é para facilitar o entendimento do ideal humano e ajudá-lo em seu caminho de consciência e evolução. Algo que não o deixa mais próximo das pessoas, que lhe impõe preconceitos, que exige que você se ajuste para caber, que não o torna mais fraterno... está totalmente em oposição a uma aproximação com o Todo. Observe que há algo errado com esse símbolo ou essa religião. A fraternidade é um atributo de quem se aproxima de Deus, porque Deus é Uno. Não faz sentido você estar se aproximando de Deus estando mais afastado do mundo, das pessoas, da natureza e do ideal humano. Simbologia: Simbologias são usadas para auxiliar o entendimento do que é o Todo e como se aproximar Dele. Para a filosofia, alcançar Deus é como subir uma escada bem longa, da qual não se vê o topo. Cada degrau dessa escada é uma área da sua vida que será trabalhada para crescimento e evolução. Na busca de facilitar e ajudar essa aproximação do homem com o Todo, foram criados, através de diversas religiões monoteístas e politeístas espalhadas pelo mundo, símbolos para representar “células de Deus”. Cada religião tem o seu modo de representação do Todo, mas tudo não passa da mesma coisa. Foram criadas, através das religiões, personagens para inspirar a aproximação do homem com o Todo: Heróis: seres humanos com defeitos, porém com uma qualidade excepcional que se sobrepõe a esses defeitos. Exemplos: Aquiles, da mitologia grega (forte e corajoso); Davi, do cristianismo (valente e gentil). Seres intermediários: seres que não são o Todo, porém inspiram qualidades existentes em Deus. Exemplos: deus Hórus, da mitologia egípcia (deus da ordem); deusa Atena, da mitologia grega (deusa da sabedoria). No caso das religiões monoteístas, existe a troca de deuses por santos ou outras nomenclaturas. ATENÇÃO: Os intermediários são importantes, contanto que você saiba que são intermediários. Essa é uma técnica pedagógica religiosa que visa aproximar as pessoas de Deus, ensinando cada célula divina em um personagem criado pela mente humana, mas tudo não passa de simbologia para entendermos qual é o caminho a ser percorrido. Um filósofo que segue uma religião entende que os símbolos são para ensinar e inspirar, mas não são a Verdade Absoluta nem únicos. Cada um observa as células de Deus em diversos símbolos espalhados por muitas religiões. Há pessoas que seguem religiões e pessoas que não, e está tudo bem! O importante é estar comprometido com a lei universal para a aproximação com o Todo, no seu tempo e no seu ritmo. A religião aparece na nossa história para ser um suporte à nossa jornada de entendimento da vida, do universo e aproximação de Deus, e não para afastá-lo das pessoas, da natureza e de um ideal humano melhor. Não é a Verdade Absoluta nem uma Realidade Substancial. Esteja atento às leis universais e ao impacto que elas têm em nossas vidas. Essa é a única e verdadeira aproximação com a Unidade.

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