Ter consciência da morte é ter consciência da vida

Salve, amigo da filosofia! (Estou testando uma nova saudação a cada semana até encontrar uma bacana 😜😁)

Como você tem estado?

Eu sei que você está vivendo momentos bem difíceis e complicados ultimamente, mas vou piorar um pouquinho esses seus nervos. Hoje quero trazer uma reflexão daquelas que o Filosofia Informal ADORA trazer (coloquei em caixa alta porque eu realmente amo trazer essas reflexões rsrs 😊😙).

Com certeza você já deve ter ouvido falar que a única certeza que temos da vida é a morte, e isso não é mentira. Você tem a idade do universo, e não estou zoando você! Sua consciência é oriunda do infinito, e o corpo que você habita neste momento, nesta vida, é fruto do primeiro átomo lá no Big Bang. Você nasceu e desenvolveu uma vida na Terra neste momento utilizando as ferramentas que a natureza lhe brindou até agora, como seu corpo e sua mente, e você terminará sua vida neste ciclo atual, nesta sua atual encarnação, com todo esse aparato maravilhoso que a natureza lhe deu.

Sabendo que a única certeza que temos é a morte, deveríamos nos preocupar com o que realmente é importante: a única coisa realmente boa, que é um excelente estado mental, identificado com virtude e razão. Esta é a única coisa que pode garantir nossa felicidade e fazer com que aceitemos o fluxo da natureza. Coisas externas como dinheiro, sucesso, fama e coisas do gênero nunca podem nos trazer felicidade. Embora não haja nada de errado com essas coisas e elas tenham valor e possam fazer parte de uma boa vida, muitas vezes a busca por essas coisas realmente danifica a única coisa que pode nos trazer felicidade: um excelente estado mental racional. E o apego que você desenvolve em vida a todas essas coisas tem consequências devastadoras para o espírito. Atrapalha e atrasa sua evolução e seu processo de união com O Todo.

"Ninguém quer morrer. Até quem quer ir para o paraíso não quer morrer. Mas a morte é o destino que todos temos. Ninguém escapa. E é assim que deve ser, pois a morte é a melhor invenção da vida. É o agente da mudança. Ela libera o velho para abrir espaço para o novo."

— Steve Jobs

Essa frase do brilhante Steve Jobs, dita em seu leito de morte, expressa bem a ideia que quero te transmitir. Aceitar a morte e entender que ela faz parte do nosso destino nos faz pensar em viver esta vida como única. Por pior que seja a realidade, com a situação atual do mundo, com uma pandemia global em andamento, jamais devemos esquecer que este é o nosso momento de existir como somos, da forma que você e eu somos, com todos esses defeitos e qualidades, problemas e confusões.

Quando pensamos que a morte é iminente (mas quando pensamos isso de verdade, com o coração), começamos a dar mais atenção às pessoas, mais amor aos nossos entes queridos e mais valorização à vida.

Vou te passar uma ideia: imagine que dois astronautas estão presos na Lua em uma missão que falhou e estão à deriva. Com recursos escassos e um tempo de resgate enorme, eles perdem a esperança e aceitam o inevitável, com a morte se aproximando diante de seu destino. O que eles considerarão importante naquele momento não é o status social, a quantidade de dinheiro na conta, o trabalho dos sonhos ou os bens que possuem, mas sim o abraço dos familiares, o beijo da pessoa amada, o calor do abraço dos filhos, sentir uma brisa fresca, ver o nascer ou o pôr do sol, nadar na praia ou em uma cachoeira e fazer uma porção de coisas naturais que não têm preço.

Quando aceitamos a ideia da morte, aceitamos a ideia da vida. Aceitamos que a vida não é o 'modo de vida' que levamos, mas sim o que fazemos dela enquanto estamos vivos. O quanto de amor você deu e recebeu, o quanto de prazeres você se brindou ou o quanto de coisas você aprendeu e desenvolveu. A morte é algo que faz parte da dança da vida, faz parte da Mente Divina e é o fluxo da natureza. Leve consigo o prazer que é fazer parte dessa dança.

Outro ponto importante nessa jornada de vida e morte são nossas emoções, que são o reflexo de nossos julgamentos, fazendo-nos pensar que algo bom ou ruim está acontecendo ou está prestes a acontecer. Muitas de nossas emoções negativas são baseadas em julgamentos equivocados, mas, como são decorrentes de nossos julgamentos, isso significa que estão sob nosso controle. Mude os julgamentos e você muda as emoções. Devemos superar emoções negativas prejudiciais que são baseadas em julgamentos equivocados, ao mesmo tempo em que adotamos emoções positivas corretas, substituindo a raiva pela alegria e fazendo com que nossa experiência de vida, nesta encarnação, seja proveitosa e leve.

Devemos viver em harmonia com a natureza. Aceitar o fluxo da vida e deixar seu corpo, mente e espírito navegarem neste rio cósmico. Devemos reconhecer que somos apenas pequenas partes de um Todo, algo Maior, moldado por processos que muitas vezes ficam fora de nosso controle. Não há nada a ganhar ao tentar resistir a esses processos maiores, vivendo uma vida triste, com raiva, frustração e decepção. Embora existam muitas coisas no mundo que podemos mudar, há muitas outras que não podemos e precisamos entender e aceitar isso. E a morte é uma delas.

Grande parte de nossa infelicidade é causada por confundir essa dualidade do controle e do não controle, pensando que temos controle sobre algo que, em última análise, não temos. Felizmente, a única coisa sobre a qual temos controle é a única coisa que pode garantir uma vida boa e feliz: a sua mente!

Mas, Aly, se tudo isso é tão importante e bacana, por que as pessoas se esquecem ou não dão atenção a esse assunto?

A alienação é a grande inimiga da filosofia. Mas isso será assunto para um outro texto! 😁

ᗩly ヅ

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