A filosofia do EXISTENCIALISMO
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Hoje trago um texto sobre o existencialismo, uma vertente da filosofia muito procurada por quem está começando sua jornada de autodescoberta e deseja aprender e se desenvolver. O existencialismo é tanto uma corrente filosófica quanto um movimento intelectual que surgiu na França, em meados do século XIX, a partir das ideias do filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard. O auge do existencialismo ocorreu na década de 1950, também na França, com a publicação dos trabalhos de Heidegger e Sartre (super recente se pararmos pra pensar!).
Nessa filosofia, a existência humana é vista como o principal objeto de reflexão. Segundo os existencialistas, o ser humano existe independentemente de qualquer outra definição, ou seja, a própria existência já é suficiente para completar o indivíduo, não sendo necessário nenhum outro elemento para validá-la. Essa ideia desafiou as crenças religiosas mais conservadoras, que naturalmente consideraram essas ideias um tanto radicais. Para os existencialistas, a liberdade de escolha de cada indivíduo é a chave para a construção da própria essência. A liberdade de escolha é vista como um fenômeno criador, pois somente o indivíduo é responsável por seu sucesso ou fracasso. A ideia central é que cada pessoa é a principal causa das circunstâncias de sua vida.
Os filósofos existencialistas também enxergam a vida e a existência como oportunidades para a aquisição gradual de conhecimento. À medida que os indivíduos percorrem seus caminhos, constroem suas concepções de vida. No entanto, a busca incessante pelo sentido da existência muitas vezes não permite que compreendam plenamente o propósito de suas próprias vidas e do que acontece ao redor. Essa falta de respostas gera o que os filósofos chamam de "angústia existencial".
O existencialismo é uma filosofia que se propõe a explicar o essencial da nossa existência, sem depender de construções místicas criadas pela mente humana para responder às questões mais complexas do vazio existencial, como "de onde viemos?" e "para onde vamos?". O foco dessa filosofia está na existência por si só, afirmando que isso já é suficiente para sermos felizes (ou, em alguns casos, depressivos — já que, segundo o existencialismo, essa escolha está em suas mãos).
O existencialismo continua sendo uma das filosofias mais populares entre leigos que buscam entender e refletir sobre a vida. Independentemente da religião que siga ou do estilo de vida que pratique, em algum momento todos acabam se deparando com as questões do existencialismo. Perguntas sobre livre-arbítrio, ansiedade e a busca por sentido são questões universais que todos nós enfrentamos. Afinal, quem nunca sentiu uma angústia existencial, não é mesmo? Embora as soluções oferecidas pelo existencialismo não funcionem para todos, ele pode apresentar dificuldades especialmente para aqueles que buscam respostas nas religiões.
Um exemplo interessante: Nietzsche declarou que "Deus está morto". Sartre, Camus e Beauvoir, por sua vez, eram ateus, e a filosofia associada ao niilismo também nega a existência de Deus. Para uma pessoa religiosa, que busca consolo para o medo existencial, as respostas existencialistas podem ser difíceis de absorver. Quem cresceu aprendendo doutrinas e costumes tão diferentes da filosofia existencialista pode ter dificuldade em se aprofundar nela. No entanto, existe um existencialista que fez do cristianismo o centro de seu pensamento: Søren Kierkegaard.
Kierkegaard, um filósofo dinamarquês nascido em uma família rica de Copenhague no início do século XIX, abordou temas como ansiedade, absurdos da vida, autenticidade, desespero, busca por sentido e individualismo. Ao contrário dos existencialistas ateus que o sucederam, Kierkegaard colocou sua fé no centro das soluções para os dilemas humanos, chamando a atenção de muitos religiosos para a filosofia. Enquanto Nietzsche falava da morte de Deus, Kierkegaard argumentava que, no mundo atual, o significado é esvaziado pela tendência de ver tudo de forma excessivamente racional. Ele lamentava que vivia numa era em que os seres humanos eram vistos como generalizações e o homem apaixonado era considerado inconveniente. Kierkegaard clamava por uma vida vivida com paixão, mesmo que o resto do mundo não conseguisse entender essa motivação.
Ele também destacou algo que os existencialistas posteriores martelariam: a razão e a ciência podem nos dizer muitas coisas, mas não podem dar significado ou valor a algo. Isso cabe ao indivíduo. O sentido da vida não pode ser quantificado; é o próprio indivíduo que deve agir e decidir qual será o significado de sua existência.
Kierkegaard também nos adverte sobre a ansiedade que acompanha as escolhas da vida. Devemos fazer escolhas todos os dias, mas nunca temos a certeza de que estamos escolhendo o caminho certo. Como ele disse: "A vida só pode ser compreendida olhando para trás; mas só pode ser vivida olhando para frente".
Como Nietzsche, Kierkegaard também acreditava que "ismos" — sistemas filosóficos ou religiosos prontos — poderiam desviar as pessoas do desafio de encontrar um significado próprio. Para ele, a solução ideal não era adotar um sistema, mas viver apaixonadamente e com liberdade, buscando significado por si mesmo.
Por fim, Kierkegaard nos ensina que, embora a razão tenha seu valor, ela não é suficiente para resolver o enigma da existência. Devemos encontrar um propósito que nos transcenda — seja em Deus, no "Todo", ou em outro conceito maior que nós mesmos. Isso é o que traz sentido à vida.
ᗩly ヅ
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