Uma pessoa religiosa pode estudar filosofia?
Salve, salve! Seja bem-vinde a mais um textinho singelo aqui no Filosofia Informal! 😁✌
Desde que comecei este projeto, registrando meus estudos (e brisas 😁) na internet e compartilhando com quem também se identifica, sempre me perguntam se uma pessoa religiosa pode estudar filosofia. É curioso, porque a filosofia historicamente tem a fama de ser contrária às religiões (principalmente as cristãs). O mais intrigante é que são justamente pessoas religiosas que costumam me fazer essa pergunta. Eu sempre falo de religião aqui no Filosofia Informal e fico mega feliz ao ver que tenho um público muito diversificado.
Sério! Foi totalmente inesperado encontrar pessoas tão diferentes explorando essas ideias que eu tenho e compartilho. Por conta dessa pluralidade curiosa, quero trazer uma reflexão linda para você!
O grande receio de alguém que pratica uma religião e não está acostumado com a filosofia é o medo de deixar de praticar o que conhece, o que lhe traz paz e alimenta sua alma. Mas eu posso te assegurar que você não vai deixar de seguir sua doutrina espiritual, seja de matriz africana, budista, cristã, muçulmana, protestante, rastafári, ou qualquer outra prática, por ler correntes filosóficas, mesmo as mais radicais. Na verdade, adquirir esse conhecimento, mesmo que superficialmente, vai te fazer questionar suas razões de vida e de ser. A única coisa que mudará será a maneira como você praticará sua religião — e isso será de forma muito melhor, com mais seriedade, fraternidade, pluralidade, tolerância e muitos outros atributos positivos.
Se você é uma pessoa religiosa e inclui a filosofia em sua vida, começará a enxergar a realidade e o universo com outros olhos. Aprenderá a apreciar aspectos da vida nunca antes explorados por você. Verá as outras pessoas, as outras religiões, os diferentes modos de vida, e os outros em geral com uma nova perspectiva: a de que cada um tem o direito de seguir o que melhor lhe convém, o que alimenta sua alma e lhe traz paz — e que está tudo bem. Uma pessoa religiosa que estuda filosofia começará a entender que cada ser no mundo tem sua própria maneira de enxergar o Divino, de chamá-Lo e entendê-Lo à sua maneira.
Quando você é uma pessoa religiosa e estuda filosofia, percebe que todos estamos subindo uma pirâmide, cujo topo é o Divino. Cada um está subindo por um lado diferente dessa pirâmide, enxergando um caminho único de união e aproximação com o Divino. Se você é uma pessoa religiosa que aplica filosofia em sua vida, entenderá que não faz sentido estar mais unido ao Divino se estiver mais afastado das pessoas. Compreenderá o verdadeiro sentido da nossa existência e perceberá que ninguém é superior a ninguém quando todos estão enxergando as mesmas células divinas.
Ao longo da história, conhecemos diversos filósofos de diferentes religiões em várias partes do mundo. Há filósofos em todas as religiões, orientais e ocidentais, em toda a nossa história. E nenhum deles deixou de praticar suas doutrinas. Muito pelo contrário, muitos trouxeram contribuições importantes para suas religiões. Destaco aqui Tomás de Aquino (frade católico), Edith Stein (freira católica, canonizada pelo Papa João Paulo II), Chico Xavier (médium espírita), Gampopa (monge budista), e Alvin Plantinga (filósofo cristão evangélico americano, que recebeu um prêmio em 2017 por provar filosoficamente, na academia americana de filosofia, a existência de um Divino por trás das aparências do universo).
Se você não quer se aprofundar na filosofia, tudo bem, mas nunca deixe de, pelo menos, conhecer conceitos e ideias que o tornarão uma pessoa melhor e mais consciente, inclusive ao praticar sua religião.
"Quem afirma que a hora de dedicar-se à filosofia ainda não chegou, ou que ela já passou, é como se dissesse que ainda não chegou ou que já passou a hora de ser feliz."
— Epicuro
Um filósofo pode seguir uma religião?
Sim, um filósofo pode seguir uma religião. Muitas vezes, as pessoas criam oposições entre filosofia e religião que, na realidade, não existem. O que acontece é que um filósofo tende a questionar os símbolos de uma religião e as Leis Universais por trás de sua construção. A religião deve apresentar símbolos que aproximem o indivíduo do Divino e ofereçam uma base estruturante para sua vida. Se a prática de um símbolo melhora sua vida, então ele está em harmonia com uma Lei Universal. Se sua vida desanda, esse símbolo está em conflito com uma Lei Universal. Simples assim!
É possível enxergar uma célula do Divino em qualquer símbolo de qualquer religião, desde que esse símbolo, em sua vida, o aproxime de um ideal humano melhor — que o torne mais justo, bondoso e fraterno. Um exemplo disso é a deusa Atena, que representa a sabedoria. Toda a simbologia por trás dela remete ao crescimento interno e ao autoconhecimento. Se você se aproxima do símbolo da deusa Atena, tende a se tornar mais sábio!
Quando você se conecta com um símbolo religioso, que possui um significado, é importante conhecer e viver os atributos correspondentes a esse significado. Dizer, por exemplo, que alguém que se aproximou de Jesus ficou mais egoísta não faz sentido.
O uso de símbolos na religião serve para facilitar o entendimento do ideal humano e ajudar no caminho de consciência e evolução. Algo que não o aproxima das pessoas, que impõe preconceitos, que exige que você se ajuste para "caber", e que não o torna mais fraterno, está em oposição à aproximação com o Divino. Nesse caso, algo está errado com esse símbolo ou essa religião.
A fraternidade é um atributo de quem se aproxima de Deus, porque Deus é Uno. Não faz sentido se aproximar de Deus enquanto se afasta do mundo, das pessoas, da natureza e do ideal humano.
Espero que tenha curtido essa reflexão. Te convido a colaborar com meu trabalho e a me seguir nas redes sociais. Isso me incentiva bastante a continuar produzindo esse conteúdo.
Valeu pelo apoio!
ᗩly ヅ
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